A sugestão do deputado Jonas Lima, do PT, de acabar com o financiamento público da Parada Gay, gerou revolta no movimento GLBT do Acre. A proposta do deputado petista, que também é evangélico, feita durante discurso na sessão desta quinta-feira, ocorre depois da polêmica encenação da crucificação de Cristo na Parada GLBT de São Paulo, no domingo passado, que vem causando alvoroço no meio cristão.
Em nota, a Associação dos Homossexuais do Acre chama o parlamento estadual de homofóbico e fundamentalista.
“Em meio a essa perseguição de proibir a realização da Parada do Orgulho LGBT pelo parlamento fundamentalista e homofóbico acreano”, diz um dos trechos da nota.
“Em meio a essa perseguição de proibir a realização da Parada do Orgulho LGBT pelo parlamento fundamentalista e homofóbico acreano”, diz um dos trechos da nota.
Ainda segundo a Associação, o “ano de 2014 não tivemos a realização de nossa manifestação por não contarmos com recursos disponíveis de aprovação em projetos, mas nem por isso buscamos coagir governos para financiamento de nossas atividades, como fazem outros segmentos fundamentalistas que barganham em épocas eleitorais recursos para seus eventos como moeda de troca política.”
A entidade, além de informar que os recursos que bancam o evento são provenientes, hoje, de projetos de incentivo e não de doação pública, acrescenta que os “eventos envolvendo a população homossexual vêm sofrendo perseguição dos fundamentalistas com sua fé e ódio” e confirma a realização da Parada Gay no dia 28 deste mês.
“Os eventos envolvendo a população homossexual vêm sofrendo perseguição dos fundamentalistas com sua fé de ódio e intolerância aos LGBT. Além disso cresce a rede de proibição para cercear a livre manifestação de paradas do Orgulho Gay e outros eventos.”
NOTA DE REPÚDIO
A Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), membro do Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Acre, vem a público repudiar a matéria do Deputado Jonas Lima, concedida no site AC24horas, com a chamada: “Deputado do PT, Jonas Lima quer proibir financiamento público da parada Gay no Estado do Acre”.
Viemos esclarecer para a população acreana, que desde o ocorrido em 2011, com a brincadeira do tal “Boquete” na Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) do Acre, tomamos a decisão que nossa instituição não receberia patrocínio ou qualquer outro recurso direto para financiar os projetos das Semanas da Diversidade e as manifestações da Parada do Orgulho GAY.
Viemos esclarecer para a população acreana, que desde o ocorrido em 2011, com a brincadeira do tal “Boquete” na Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) do Acre, tomamos a decisão que nossa instituição não receberia patrocínio ou qualquer outro recurso direto para financiar os projetos das Semanas da Diversidade e as manifestações da Parada do Orgulho GAY.
Informamos que em edições anteriores esses projetos foram contemplados em editais da Lei de Incentivo Municipal e Estadual de Cultura, concorrendo com diversas outras instituições, sem a premissa de estarmos realizando algum ato ilícito à sociedade acreana.
No ano de 2014 não tivemos a realização de nossa manifestação por não contarmos com recursos disponíveis de aprovação em projetos, mas nem por isso buscamos coagir governos para financiamento de nossas atividades, como fazem outros segmentos fundamentalistas que barganham em épocas eleitorais recursos para seus eventos como moeda de troca política.
O Estado Brasileiro, por meio de suas políticas de Cultura e Direitos Humanos garante o acesso a recursos em editais que promovam a cidadania da população LGBT. Neste sentido não estamos ferindo os princípios que norteiam o investimento público em ações de Direitos Humanos, que tanto são perseguidos por setores fundamentalistas, que tencionam em acabar com as políticas públicas de cidadania desta população que sofre várias formas de preconceito.
Os eventos envolvendo a população homossexual vêm sofrendo perseguição dos fundamentalistas com sua fé de ódio e intolerância aos LGBT. Além disso cresce a rede de proibição para cercear a livre manifestação de paradas do Orgulho Gay e outros eventos.
Em nossas manifestações aqui no Acre, desde 2005, nestes últimos onze anos, nunca tivemos algum ato de intolerância religiosa, mesmo porque, não é a bandeira do movimento gay acreano, incitar o ódio, a violência a qualquer credo religioso e seus adeptos. Nossa luta é pela cultura da paz, pela promoção dos Direitos Humanos, sem ferir ou agredir a livre expressão de qualquer segmento da sociedade.
Em meio a essa perseguição de proibir a realização da Parada do Orgulho LGBT pelo parlamento fundamentalista e homofóbico acreano, iremos às ruas, realizar o evento da diversidade numa data mundialmente simbólica, 28 de Junho, Dia Mundial do Orgulho Gay.
Não iremos nos acovardar, pois temos o orgulho de sermos homens, mulheres, jovens, idosos, deficientes, negros, afros religiosos, seres humanos, cidadãos, pagantes de impostos. Não iremos nos abater diante dessa cultura de perseguição e intolerância.
Convocamos todos àqueles que promulgam da paz para vir às ruas e juntos realizarmos um evento alegre e de luta POR UM ACRE SEM HOMOFOBIA. SEM RECUAR, SEM CAIR E SEM TEMER!
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