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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Brasil perde grau de investimento em classificação de agência de risco local

23/07/2015 13h07 - Atualizado em 23/07/2015 15h33

Nota de crédito foi rebaixada de 'BBB-' para 'BB+' pela Austin Rating.

Reclassificação acontece após redução da meta fiscal do governo.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
A agência de classificação de risco Austin Rating anunciou nesta quinta-feira (23) que rebaixou a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira de 'BBB-' para 'BB+'. Com isso, o país perdeu o grau de investimento – espécie de selo de bom pagador e "porto seguro" para investidores – pelos parâmetros desta escala.
A Austin Rating é a maior empresa brasileira de classificação de risco de crédito e suas avaliações são destinadas quase que exclusivamente para investidores nacionais ou estrangeiros com operações dentro do Brasil.
Na classificação feita pelas 3 principais agências internacionais de classificação de risco (Fitch, Moodys e Standard and Poor's), o Brasil segue com o mesmo grau de investimento (entenda as classificações no quadro mais abaixo).
No mercado, investidores trabalham com a perspectiva de uma redução da nota do Brasil (o rating soberano) pela Moody's para o último patamar dentro do grau de investimento. Os investidores temem, porém, que a agência atribua perspectiva negativa para a nota da dívida do país, o que aumentaria o risco de perda do grau de investimento no curto prazo.
Fitch Ratings informou nesta quinta que irá reavaliar as tendências fiscais do Brasil, ponto importante para sua decisão sobre se rebaixará o rating de crédito do país, após o governo cortar a meta de superávit primário (a economia feita para pagar juros da dívida) de 1,1% do Produto Interno Bruno (PIB) para 0,15%.
Justificativas para rebaixamento
A Austin Rating informou em seu comunicado que o rebaixamento da nota do Brasil está fundamentado "na acentuada e contínua piora dos resultados das contas públicas, com destaque para o baixo nível de superávit primário, que é incapaz de reduzir ou neutralizar o avanço do endividamento público que resulta no elevado nível de déficit nominal". O déficit nominal ocorre quando os gastos são maiores que as receitas, considerando o pagamento de juros da dívida pública.
A agência destaca que a revisão da meta fiscal demonstra "fragilidade na gestão das contas públicas", o que aponta para os investidores "a continuidade da incerteza do retorno de seus negócios".
A nota 'BB+' corresponde ao primeiro nível abaixo do grau de investimento e aponta para maior vulnerabilidade no curto prazo para se honrar compromissos fiscais e financeiros.
Apesar do rebaixamento, a agência concedeu perspectiva estável para o rating. Em moeda local (ML), a nota do país foi rebaixada de 'BBB' para 'BBB-', dentro do grau de investimento, com perspectiva estável.
A Austin destacou ainda a piora "significativa e persistente" dos fundamentos macroeconômicos do Brasil desde a última revisão do rating do país, feita em outubro de 2014.
"As condições têm afetado de forma significativa os fatores de produção, em particular o nível de emprego no setor industrial, bem como o nível de confiança de consumidores e empresários que, por sua vez, têm reduzido fortemente os níveis de investimentos na economia brasileira com efeitos negativos sobre a dinâmica macroeconômica prospectiva. Ou seja, redução contínua do potencial de crescimento do PIB brasileiro ao longo do tempo", avalia.
classificação de risco nta Brasil (Foto: Editoria de Arte/G1)

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