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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Os fantasmas da derrota continuam a assombrar Bittar


Nelson Liano Jr05/06/2015 14:37:46
O ex-deputado federal Márcio Bittar (PSDB) a cada dia encontra um novo culpado por mais uma de suas derrotas a cargos majoritários no Acre. Todos são culpados menos ele evidentemente. A primeira acusação para explicar a derrota em 2014 foi contra a “máquina do Governo”. Posteriormente os porta-vozes do tucano derrotado culparam a compra de votos e apoio ao PT de “aliados” no segundo turno. Agora, mais recentemente parece que Bittar encontrou novos “Judas”. Os alvos são o senador Gladson Cameli (PP) e o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) que não teriam se empenhado na região do Juruá para conseguir votos suficientes. Tenho assistido a essa “guerra” de informações quieto. Mas acho que está na hora de alguém dizer ao tucano para que ele faça uma auto avaliação do seu desempenho nas eleições passadas. Até mesmo para que mude de direção se ainda pretende alguma coisa politicamente no Acre.
Vamos por partesBittar tenta passar a impressão que estava nos “braços do povo” e que foi arrancado brutalmente pela “máquina petista”. A realidade é que o tucano foi levado ao segundo turno por dois fatores. O desempenho eleitoral de Gladson e a subida repentina de Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial.
Uma coisa é uma coisaBittar não teve milhares de votos nominais. A maioria de quem o escolheu para governar o Estado queria mudanças. O candidato poderia ser até uma “pedra” que teria esses mesmo votos de oposição. Isso pode ser confirmado pelos resultados das mais recentes eleições no Acre.
Outra coisa é outra coisaO desempenho de Bittar nos debates de TV não foi bom. Faltou passar aos eleitores a credibilidade para mudar os 5% de votos que faltam para a oposição ganhar eleição majoritária no Acre. Tinha propostas confusas que não empolgaram.
Telhado de vidroBittar deixou ainda muitas acusações contra ele sem responder. Primeiro teria que mostrar como seu mandato de deputado federal e secretario da mesa da Câmara ajudou o Acre. A história de um funcionário do seu gabinete que comprou um carro de luxo usado pela sua família também não foi respondida.
Mais presenteNa minha avaliação falta ao Bittar convencer aos acreanos que mora no Estado. A impressão que fica é que só aparece em tempos de eleições. Não lida com as pessoas do povo. Só faz política com as lideranças de oposição. Isso é fatal num Estado bairrista como é o Acre.
A perda da liderançaOutro fantasma a assombrar Bittar é a mudança que haverá no seu partido. Quem vai dar as cartas é o deputado federal Major Rocha (PSDB). E Rocha não deve em nada a sua eleição a Bittar. Muito pelo contrário.
O futuro é escrito no presenteAlém disso, Bittar está criando problemas com “aliados”. Sem mandato e sem a presidência do PSDB se o Tucano ainda sonha com alguma coisa na política que se mude para o Acre. De Brasília ou Campo Grande (MS) será difícil se manter vivo politicamente no Estado.
Falta avaliaçãoA oposição mais uma vez esteve perto de ganhar o Governo do Acre. Mas acabada a eleição o grupo ainda não se reuniu para avaliar os motivos da derrota. E ficam se fustigando através de notinhas nos meio de comunicação. É muito amadorismo.
InocênciaLi muita coisa sobre o depoimento do prefeito Vagner Sales na ALEAC. Será que alguém achava que a base governista iria elogiar o prefeito? O que aconteceu foi um fato natural na política. Cada um defendeu os seus interesses e ponto final.
Quem ganhouO presidente da ALEAC, Ney Amorim (PT) se deu bem. Abriu as portas do Parlamento de maneira democrática. Não se desgastou e saiu por cima. Cumpriu bem o seu papel de condutor do poder legislativo acreano.
Desgastes naturaisO Governo do Estado se desgastou durante o pronunciamento de Vagner. Mas a gestão do prefeito também sofreu golpes. Muita coisa sobre a saúde pública do município ficou sem explicações. Entre mortos e feridos os dois lados perderam. Mas a população deverá ser melhor assistida.
Prévia eleitoralO que aconteceu na ALEAC na quarta, 3, foi uma prévia das eleições municipais. O problema da dengue em Cruzeiro do Sul ficou em segundo plano. Com a ampla maioria de deputados a FPA usou o trunfo adquirido na última eleição.
Com razãoEntendi depois de assistir a sessão porque o governador Tião Viana (PT) se empenha tanto em ter a maioria absoluta de deputados na ALEAC. Isso também faz parte da política. Quem pode mais chora menos. O gestor criou um mecanismo de proteção.
Quem não tiver espada venda a sua capaOs petistas se preparam para participarem da sessão. Levaram grande número de militantes e lideranças para a Casa. Deram sustentação ao coordenador de saúde do Juruá, o ex-prefeito Itamar de Sá (PT), que saiu fortalecido da sessão.
A política vive de fatosNão concordo com as críticas de que a sessão foi um fiasco. Muito pelo contrário. A deputada Eliane Sinhasique (PMDB) e Vagner Sales criaram um fato político. O confronto é natural. Colocaram a saúde pública e as próximas eleições em pauta. E foi a sessão da ALEAC mais concorrida do ano. O resto do que aconteceu são fatos naturais da política. Cada grupo lutando para mostrar que tem mais capacidade de gestão, que está mais preocupado com o povo. Essa sessão ainda vai se desdobrar em muitas outras consequências que se estenderão até as eleições de 2016.
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