Há 48 anos, quando tirou sua carteira de identidade, no que hoje é conhecido por Instituto de Identificação, órgão ligado à Secretaria de Estado de Polícia Civil, a escrivã de Alberlene da Silva Barrozo nem percebeu que o funcionário que a recebeu grafou errado o seu sobrenome. O Barrozo, desde aquela época, quando ela tinha 18 anos, consta em todos os documentos pessoais de Alberlene com “S”. Faltou atenção do servidor, que tinha em mãos a certidão de nascimento da mulher.
“Quando a gente tira o RG, a certidão de nascimento fica de escanteio. Eu nunca pensei que fosse precisar dela logo agora, num dos momentos mais importantes da minha vida”, conta a escrivã.
Alberlene, hoje com 56 anos, teve a aposentadoria negada por causa do “S” intruso. O processo dela foi devolvido pelo Acre Previdência à Secretaria de Segurança Pública. Já são quase 30 dias de peregrinação em agências bancárias (mudar conta, solicitar novos cartões de crédito e débito), na Receita Federal (emissão de novo CPF) e no próprio instituto de identificação, para requerer nova RG.
A reportagem de Contilnet encontrou Alberlene na fila do INSS. Ela venceu todas as etapas burocráticas, mas confessa que ficou assustada e insegura. “Meu Deus, eu quase tive um troço. Agora eu só preciso da certidão da Previdência Social, constando o tempo de contribuição. Vou me aposentar. Estou feliz agora”, disse ela.
Assem Neto, Da ContilNet Notícias
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